sábado, janeiro 31, 2009
pedra de dormir
a pedra dorme lentamente
sob duas espáduas,
duas brasas de amor contido.
.
ao tempo em que corriam narrativas
sobre o tremor das almas,
quando repousadas em antigo lombo,
a pedra lisa.
.
somavam-se o escopo e a fúria,
fundamento e ângulo,
o que a pedra resumia,
a mágoa por tantos seixos pisoteados.
.
para tornar a pedra, além do que se sabe,
perante o homem adormecido,
seu travesseiro e agasalho, uma segunda pele
soprada por Hefesto.
Carlos Henrique Leiros
[untitled (christopher voelker)]
quarta-feira, janeiro 14, 2009
haidée teme o mar
haidée teme o mar,
como um tapete que se desenrola
para esconder-lhe os pés.
.
somente os pés, digo-te eu,
não sofras...
o mar tem lágrimas demais.
.
e todas insensíveis já,
como os segredos contados ao fogo
de tantas línguas.
.
a memória serve para lembrar e esquecer!
um dia há de chegar-te a frase,
e tal encantamento se dará,
.
que mesmo o mar vai perder o sentido.
Carlos Henrique Leiros
preferita rolley [mauro quirini]
Assinar:
Postagens (Atom)