segunda-feira, setembro 10, 2007

poema do claustro


foi como um clangor
teu despertar, abrir de olhos,
acolhendo a quietude esférica
ao tempo em que inflaste espáduas
na tua cela abobadada e nua
.
vieste amar cada parede e arco,
a ânfora, a água,
refletindo-te o gestual vincado
e os ramos tristes do azevinho
que a poder das mãos arrebataste
.
aí circulas, sombra que do monge
a sisudez de rosto e vestes guarda
bebes da água, põe-te a gosto, é fato
que os dias passarão
com as mesmas nuvens dos teus olhos

.
.
Carlos Henrique Leiros
.
.

[reversal blessing (nathan brusovani)]

12 comentários:

Platero disse...

Olá carlos

passei para retribuir a visita ao Click, e fiquei muito agradado pelo que vi por aqui, bom gosto é que é necessário divulgar.

Um abraço

Anônimo disse...

Carlos, cá estou eu novamente em busca de novidades...gostei muito deste último post e o anterior, Crisálida, é de uma beleza impar.
Gostaria de enviar o meu livro para vc, avise se lhe interessar. Abçs, Ana

Luana disse...

Carlos,
Me chamo Nanna, participo de um blog comunitario, o Blog de Sete Cabecas (www.blogdesete.blogspot.com) e vou prestigiar seu trabalho la, amanha, quarta-feira... Colocarei todos os devidos creditos, claro... Mas, se discordar de alguma coisa, me envia um e-mail, ta bem?

Obrigada.
:)

livia soares disse...

Olá, CH...
O poema está lindo e eu, passaaada de ver como você está indo bem pelos caminhos poéticos. E isto vindo de quem não gostava de poesia, hem? Lembra disso? Há algum tempo atrás, você não gostava de poesia, não é incrível? Sugiro a leitura de São João da Cruz (tudo, tudo que lhe cair nas mãos!) e Bruno Tolentino ("As Horas de Katharina", claro); você vai se deleitar. Sugiro também uma visita a certo eremitério encravado no sertão do Seridó...
Um abraço.

devaneiosaovento disse...

Sabe Ch, gostei do poema,intriga de certa forma, nos faz ler e tornar a ler, liga-se ao título sugerido "Poema de Claustro" e sente-se uma ponta de amargura, normal não? se tratando dos poetas. Como eu havia lhe dito, chega ser enigmático.
-
Lívia tem muito senso de humor, olha só:

sugere a vc em visitar um eremitério e levar junto qdo lá estiver o livro de Bruno Tolentino, onde narra a história da freira "As horas de Katharina", rsrs, figurinha ela.
abraços Ch a imagem também está linda, uma mulher ardendo de paixão.

devaneiosaovento disse...

(cont)
atrelada a um homem.
muito bom gosto Ch! Achei de uma sutileza rara
abraços, saudade sempre.

Lua Durand disse...

a quantas que não venho aqui.

"os dias passarão, com as mesmas nuvens dos teus olhos."

os meus dias passaram em tempestades, era assim que meus olhos estavam.

bela poesia.

beijos

Au Revoir

Tinta Azul disse...

Sabe sempre bem passar, e ficar um pouco, por aqui.
Abraço

Ana Isabel disse...

Olá Carlos

Tenho-me "perdido", deliciosamente, pelo seu blog...não só pelas palavras mas também pelas imagens (o aspecto gráfico que está muito bom).
Aproveito e agradeço o caloroso abraço, em forma de comentário, com que me recebeu na volta das férias, no hálito e no voo.

Abraço
Ana Isabel

Anônimo disse...

eu vi vc no 7 cabeças... tive que vir conferir. sabia que ia gostar... foi dito e feito.

favoritei.

beijo

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Voltei para beber mais um pouco da água mágica e azul, às vezes dourada ou ocre, de tua poesia!...
Encantamento, enlevo ou a sensação de um suave mergulhar: é o que a leitura de teus poemas provoca! Abraços alados, caríssimo.

m disse...

ei, figura, és quem entende as minhas palavras como mais que sopros. por vezes parece que estás lá, entre elas.. e é bom perceber o como posso atingir a mim mesma com o que comentam do que escrevo!
acho que isso rebate a minha incapacidade de ser o mesmo com você, a minha satisfação em simplesmente admirar tudo mesmo sem entender exatamente tudo.

um beijo, figura!