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a noite é saudade que não se mensura,
após fechada a porta.
quando o silêncio assume os semblantes da estranheza,
e o traçado das lesmas na parede
é consumido, como tudo em volta.
não sinto o coração batendo ao peito.
os casulos das horas se fecharam.
mas tenho tudo, os sobejos da noite:
a canção dos grilos,
o trabalho contínuo da poeira,
e a inutilidade dos biscuits.
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Carlos Henrique Leiros
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[moon and half dome (ansel adams)]
10 comentários:
a noite o mundo pára...
beijo
Assim é, a noite....
Olá, CH...
Às vezes eu me sinto exatamente assim. Como se a serenidade fosse uma promessa não-cumprida e a noite apenas agudizasse a consciência da Falta (ou da Sobra). Existencialmente, dá no mesmo: é melancolia na certa. Mas tudo se resolve no cansaço e no outro dia começamos tudo de novo... e ainda assim, há beleza na constatação dessa precariedade. Vc me fez lembrar da frase de Nietszche: "A arte existe para que a realidade não nos destrua".
Um abraço.
Caro Carlos
Percebo que essas sobras noturnas na qual vc muito bem expressou em versos, é na verdade a própria existência, dolorida por vezes. Lembrei-me do clip Left Behind. Sabe? me senti ao ler como o personagem lá, no momento que se fecha para a vida. Ah, sim, tem uma ressalva, dias melhores devem existir (creio ser sensato acreditar nessa possibilidade, nos impulsiona a superar)
abraços
o que sobra das noites minhas sou eu. não consigo consumir o que os outros consomem, mas consumo cada uma de mim. são várias. e no final, ainda que cheia e não-satisfeita, ainda sobro a mim mesma.. ultrapassando todas as minhas decisões.
beijos tantos, figura!
Olá!!
Passei por cÁ!! aDOREI!! pARABÉBS! cONTINUA!!
Convido-te a escrever uma CARTA POR DARFUR!
http://eu-estou-aki.blogspot.com
bjts
ela estava lá.
parabens muito lindo seu blog
Caríssimo, belas, densas, delicadas, tuas traduções poéticas dos sentires, mesmo de solidões e saudades!... Sim, é na ausência que certas presenças se fazem mais preementes, e o vazio das horas, ou da alma, é na verdade cheio de sobras e sombras, brilhos e cintilâncias, resquícios do vivido...
Beijos alados.
E eu bem sei do que aqui se fala.
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