
Deu-me hoje uma vontade quase incontrolável de ouvir Ma Kelly’s Greasy Spoon, do Status Quo. Não que o Status Quo signifique alguma coisa de importância vital. Longe disso. É um álbum tão comum que às vezes parece colidir com a mediocridade, se formos levar ao pé da letra aqueles arranjos simplórios, a colcha rítmica indolente, os vocais quase sem nenhum atrativo. Contudo, a despeito de todos estes senões, eu quis ouvir Ma Kelly’s Greasy Spoon. Poderia chamar de um surto bobo de nostalgia, uma tentativa deliberada e estapafúrdia de submeter os ouvidos a uma sonoridade opaca, que não causa enlevo ou deleite. Meu comportamento cabe em qualquer adjetivo malsão. Mas eu quis ouvir o disco. E ouvi.
Confesso que gosto do título e da capa. Remete-me àqueles restaurantes ingleses suburbanos, que servem enguias e miúdos de ovelha no cardápio, ao burburinho de transeuntes motejando um forte acento cockney “cuz i luv yu” e bla-bla-blá. Sinto-me inserto neste ambiente, e o nome soa como se mantra fosse...ma kelly’s greasy spoon, ma kelly’s greasy spoon...
A capa é linda, com aquela senhora Ma Kelly de cigarro pendente da boca, num balcão grudento. Seu rosto é vincado de tristeza, como se estivesse condenada a um ofício menor por todas as existências. Afinal de contas, são anos e anos atendendo proletários fugidos do fog de final de tarde. O bar sempre é a última parada. Há muitas mágoas por encharcar.
Quando o disco toca, o que se ouve é Blues de branco cheirando a simplicidade. Um mergulho na alma daquela gente de capotes puídos e mãos castigadas.
Confesso que gosto do título e da capa. Remete-me àqueles restaurantes ingleses suburbanos, que servem enguias e miúdos de ovelha no cardápio, ao burburinho de transeuntes motejando um forte acento cockney “cuz i luv yu” e bla-bla-blá. Sinto-me inserto neste ambiente, e o nome soa como se mantra fosse...ma kelly’s greasy spoon, ma kelly’s greasy spoon...
A capa é linda, com aquela senhora Ma Kelly de cigarro pendente da boca, num balcão grudento. Seu rosto é vincado de tristeza, como se estivesse condenada a um ofício menor por todas as existências. Afinal de contas, são anos e anos atendendo proletários fugidos do fog de final de tarde. O bar sempre é a última parada. Há muitas mágoas por encharcar.
Quando o disco toca, o que se ouve é Blues de branco cheirando a simplicidade. Um mergulho na alma daquela gente de capotes puídos e mãos castigadas.
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Ch
3 comentários:
hum
nostalgia...
acho interessante esses momentos
serem revividos, imagino que vc grande apreciador de boas músicas
deva mesmo ter muito que relembrar.
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Ch tb adorei ver Regina Spektor
bjs
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Gostando do que leio.
Algo me diz que serei figurinha fácil por essas bandas.
Que bom, CH!
Até a próxima..
Abraço!
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