sábado, julho 07, 2007

a canção submissa


tens por carícia um contato de folha nodosa
e dispersa e crestada, és assim
como a rosa esquecida, a canção submissa
que ouvida esta noite me fez despertar
e correr pelos muros febris
pela terra inconclusa
.
se o vento dissolve tua melodia
eu me perco sem volta
eu me sinto afundar
sem saber que a canção rarefeita foi feita em meu nome
nos muros febris
por entre os filodendros

.
.

Carlos Henrique Leiros

[big issue[?](rebecca kitchin)]

6 comentários:

Ana Isabel disse...

Olá ch

Deixei um desafio para si no hálito azul da tarde.
Abraço,
Ana Isabel

devaneiosaovento disse...

Meu Caro Carlos
Seus versos sempre encantadores, adorei esse "perder-se" sem volta, em muros febris, e entre filodendros. Parece que deu para ouvir uma melodia no vento
sim, pude ouví-la...
abraços poeta

Mi disse...

Bem que gostei mais que um tanto desse...

devaneiosaovento disse...

coisa mais linda
parece o cinza de um fim de tarde, desses que chegam escondendo o brilho do dia, e mostrando o cinza lindo do anoitecer.
adorei as mudanças, as imagens...
vc sempre impecável com seu bom gosto.
bj

Ana Ramiro disse...

Carlos, gosto muito de um certo barroquismo dos teus poemas, imagens e sensações que nos atraem, palavras que rutilam...(e o Almofariz já está entre o preferidos, no Girapemba). Beijos, Ana

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Sim, são belos os versos, um tanto elípticos, sinuosos, e de uma suavidade de flor, finura de cristal... filigranas de sentidos que se multiplicam,entre réstias, matizes, aromas... Abraços alados!