terça-feira, julho 03, 2007

sinuoso andar


deixo correr meus dedos sobre o ábaco das tuas costelas
em sinuoso andar
meneios de chalupa que deriva
buscando ancoradouros, reentrâncias
como um visitante na ancestral Hiperbórea
a contemplar suas cúpulas e minaretes
.
receio repousar perdendo a hora
a contagem das borlas inexatas que te dividem os flancos
o circular das conchas em sifão
se quando envergas arrebatadora
conduzes dedos, palmas, unhas feito côdeas
a minha mão inteira contra a tua
.
meu sinuoso andar vagueia então
se destribando
não mais cidade de luzes eternas
a felicidade adormeceu
enfim

.
.
Carlos Henrique Leiros

[no credits]

8 comentários:

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Belíssima viagem azul proporcionada pelos caminhos curvilíneos desenhados por estas letras!!! Bom ser "descoberta" e também "descobrir" este rico e delicado jardim. Deixo abraços alados, com desejo de continuar tecendo linhas cintilantes de diálogo.

devaneiosaovento disse...

um cavalgar delicado,
perfumado, paragens encantadoras
.
Mágica sua viagem poeta,
percebe-se luz, cheiros, brisa nesse cavalgar.
abraços.

Lua Durand disse...

"A felicidade adormeceu
Enfim"

pelo menos ela estava ali.

Obrigada por sempre passar para tomar um café, és sempre bem vindo!

Tua prosa é agradavel.

Au Revoir

Nena Dolores disse...

Nossa, não conhecia esse poeta, CH. Vou procurar saber mais dele...hahahaha
Belo, moço!
Abraço

Tinta Azul disse...

Obrigada pela visita ao ALuaFlutua e pelo agradável comentário, que me soube muito bem ler. Passarei a viajar até aqui também, para ler a poesia, coisa de que muito gosto também. :)))

Tinta Azul disse...

...voltei agorinha mesmo para lhe dizer que também adorei "As memórias póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis. Um livro interessantíssimo, cuja leitura me deliciou.
Abraço
:))

Lua Durand disse...

ps: passa para tomar um café, texto novo.

=P

au Revoir

Ana Isabel disse...

Olá ch
Coloquei este seu poema no meu blog...ainda que sem lhe ter pedido a devida autorização antes...espero que não me leve a mal.
Abraço,
Ana Isabel