quarta-feira, julho 25, 2007

junco


a seiva vergada permite andaimes ao céu
por hiatos cintados
que rememoram ventos e ruídos
ascendendo olhares em seus veios
.
a penugem lacustre descortina
um mundo de cicios
que arrastam seus gadanhos n’água
nessa paisagem onde se dorme ou fenece
.
e mesmo o lodo em paciente faina
presta a servil mas nobre atividade
de enfatizar a beleza do junco
e suportá-lo...
.
como um vão suporta infinitos degraus

.
.
Carlos Henrique Leiros
.
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[no credits]

5 comentários:

Lua Durand disse...

Que lindo Carlos.

você é um poeta e o sabe ser com perfeição.

é sempre bom estar aqui.

Beijos.

Au Revoir

ps: passa para tomar um café.

m disse...

e suportá-lo...
.
como um vão suporta infinitos degraus

(essas palavras cairam que nem tragédia em noticiário: como luvas. aliás, você sempre consegue isso né?)

quanto ao layout, eu mesma fiz :D
mas agora, vc hein, anda sacando tudo de blogspot! tava, outro dia, comentando com paulo o quão lindo e organizado tá tudo aqui! lindíssimo. saudades!

devaneiosaovento disse...

sempre e sempre suportar
--
Gostei Ch, desculpe aqui não ter vindo antes, são as coisas "mundanas" que fazem do nosso tempo algo que não sabemos como definir...
mas aos poucos tudo volta ao normal por aqui.
um abraço e votos de uma boa semana.

m disse...

eu quero mais é descobrir alguém que vive sem se deixar atormentar por essas perguntas, às vezes, tão tendenciosas. eu quero!

livia soares disse...

Olá, CH!
Muito bonito. Atolado em melancolia. Vc nos arrasta por umas viagens algo sufocantes, porém valiosas.
Um abraço.