
inflara o homem desnudado
seu peito de plumas
contra as agruras do vento
e vinham-lhe – de todos os recantos –
cheiros de viagem interrompida
com trens a debulhar
nas estações, ruindo de cansaço,
o fardo das entranhas
.
o homem confiara ao seu próprio silêncio
- ante o tremeluzir das plumas –
que o som de cada trem imaginado,
vindo no vento, ao fim,
agonizava como uma nuvem crua,
extrema de sentidos.
uma memória dantesca
do tempo em que o amor o calcinara
.
.
Carlos Henrique Leiros
.
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[poema livremente inspirado na figura de Pygar]
[intervenção com puzzle e desenho a stabilo art nº 88-89 pp (Carlos Henrique Leiros)]
9 comentários:
somente fadas ensinam os anjos a amar... li isso certa vez sobre Pygar o belo anjo.
abraços, gostei muito da sua fonte de inspiração.
é verdade, "o andar merece ser resoluto enquanto os olhos divagam".
o meu nada começa com cheiro de viagem interrompida, e deve ter parado em alguma dessas suas estações a descansar.. o andar e os olhos.
beijos, figurinha!
Gostei deste momento de poesia .
..."Um pássaro de fuligem do pincel cai
De asas abertas inesperado livre vai"...
Desejo uma óptima semana .
Beleza de inspiração de que resultou este poema...
Abraço
e vinhamd e todos os cantos... os cheiros...
cheiros têm tantas memórias.
Obrigada pela visita... volte sempre!!
Beijos
Afff... Cansada estou. Pensei ter deixado minha presença registrada e nada.
Mas eu volto com senha número UM na mão, avisando que vou rapinarrr...rs
Muito bommm, esse tem destino certo!
Beijo carinhoso
Olá Carlos,
Venho para descobrir um pouco mais da sua poesia. E sinto que ela tem força - logo de início, a sensação de um peito em plumas, contra as agruras do vento...
Um abraço
Muito interessante.)
Abraço
Eita!
Este está belo e dramático. Eu já me sinto "calcinada pelo amor" desde já. Vc está muito sabidinho nos caminhos dolorosos/gozosos da Poesia (hoje estou para maiúsculas e o seu poema não deixa por menos).
Um abraço.
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