terça-feira, outubro 23, 2007

dádiva


como cartas sussurradas,
os anjos adormeceram.
dei-lhes – entre alguns afagos –
a vigilância do mundo,
a sensação dos dedos finos nos cabelos.
.
em troca jogaram guizos,
de suas campânulas de sonho,
que me caíram na fronte,
em lindas pétalas de brancura,
como quando choram os jasmineiros

.
.
Carlos Henrique Leiros
.
.

[inside series (magda marczewska)]

12 comentários:

Maria disse...

o sono dos anjos.... bonito...
uma dávida, é verdade...

Um abraço

Anônimo disse...

Belíssimo, belíssimo meu caro!

rogerio santos disse...

Meu caro amigo, tua poesia é de uma elegância ímpar.
Ando um tanto sumido de todos os blogs que gosto. O teu é um dos imperdíveis, com leitura sempre muito agradável.
Agradeço pelo teu incentivo lá no Folha de Cima.
Abraços poéticos, Rogerio Santos

livia soares disse...

Olá, CH.
Identifico-me bastante com aquele momento entre o sono e a vigília, quando, de olhos levemente cerrados, começamos a receber notícias dos nossos mundos interiores... a ambientação evocada no poema possibilita uma gama de leituras; esta é a que faço, no momento. A beleza é a de sempre, já com a tua marca registrada.
Um abraço.

devaneiosaovento disse...

Caro Ch,

Vejo que a inspiração e sensibilidade estão latentes em seus versos, retrata "dádiva" (que na minha percepção são na verdade "dádivas de sonhos")
com sentimentos raros,
bem sabe que poucas pessoas possuem esse dom, de sonhar e sentir a beleza que os sonhos brindam a alma,de uma forma singela,como vc citou: o afago delicado nos cabelos, as pétalas certamente de rosas brancas, que mesmo em sonho, carregaravam perfumes...sutilezas de um momento tão peculiar, que poucos sabem tão bem expressar.

abraços poeta, gostei muito.

Platero disse...

Olá Carlos

Gostei muito do poema, estes também tem lugar no Sarau do Click!

Um abraço amigo

Tania disse...

Olá Carlos,

É um poema muito delicado. Sim, leve como uma carta sussurrada... Os afagos aos anjos, as pétalas caindo na fronte como o choro dos jasmineiros... são cenas de um lirismo imenso.

Realmente, um prazer visitar a sua casa.

Abraços

m disse...

às vezes precisamos vigiarmo-nos também.

beijos, figura minha!

vieira calado disse...

Gostei.

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Caríssimo ,
Apreciei tanto, tanto, este poema angelical, aéreo, alado, que tomarei a liberdade de postá-lo lá no Ânkoras&Asas para compartilhar o prazer com outros amigos, está bem? Caso isto te incomode, avise-me... Abraços azuis.
(e grata por tuas amáveis visitas!)

Tata disse...

Essa em especial, causou-me certo fascínio.

Anônimo disse...

intiresno muito, obrigado