
vais...
sob a ritmada ondulação dos panos
com poesia envolta
em ramos de lavanda
que a tarde é pura ardência
e um gládio me afivela
como a um proscrito humilha a bastardia
.
vais...
que já ruiu a última cidadela
não percebeste a lida dos arautos?
morram suspiros, poesia feneça
encheu-se o ar de uma fumigação
seguindo noite afora, olor de zimbro
e a solidão nos revestiu por dentro
.
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Carlos Henrique Leiros
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[la poupee (hans bellmer)]
7 comentários:
Carlos, o que dizer de tamanha sensibilidade qdo se lida com sentimentos tão delicados como ai expressado em seus versos?
Resta-me apenas parabenizá-lo, mais um para o seu futuro livro, que com certeza lhe trará êxitos.
abraços da sua sempre amiga
Edna
a solidão é a minha roupa e os meus orgãos, meu café da manha, meu almoço e meu jantar.
é sempre bom estar aqui.
Beijos
Au Revoir
Obrigada pelo comentário feito ao meu batente "em forma de martelo" que coloquei no Aldrabas, Batentes e Fechaduras.
Vim ver a tua "casa" e gostei.
Beijo
Já agora, onde é essa terra que não tem batentes bonitos?
O peso dos dias sobre os ombros e o papel de parede interno da solidão: é isso aí mesmo que se sente por aí na vida (e aqui demais).
Um beijo.
Olá, CH...
Este lugarzinho seu está cada dia mais chic. Amo as palavras antigas que vc desencava, os tempos idos (suspensos), os lugares longínquos dentro de nós. Me sinto a um só tempo íntima e estranha... continue escrevendo, vc está indo muito bem.
Um abraço.
Sinto algo de dolorido, nesta conjugação de texto-imagem, onde a vida se esboroa, afinal, apesar das passagens primeiramente suaves do vento e do desejo... Algo de nuvem ou sombra profunda que sobe à superfície, para provocar reflexões sobre nossa fragilidade e miséria, a despeito dos sonhos de saborear a fluidez e doçura da luz...
Abraços alados, poeta.
SEmpre bom passear por aqui.
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