terça-feira, novembro 13, 2007

as armas do poeta


o poeta não existe como carne exposta,
aos olhos curiosos e aos bons-dias.
o seu ofício é erigir pirâmides,
com floresta ao derredor,
e tão longínquas quanto as velhas lendas.
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ao ser tocado o poeta adormece
e murcha. à cupidez dos dedos se entrega.
mas nada o abrange, nada o circunscreve.
é como a luz filtrada por zimbório.
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e em vertigem de incontrolável ardor,
o poeta é único. e a poesia,
fendendo-se à luz que dela própria emana,
cinge-lhe a alma, e cinge-lhe também,
com imaculada opa, o seu entendimento.

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Carlos Henrique Leiros
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[where (marino thorlacius)]

12 comentários:

Maria disse...

Lindo poema....
... a vertigem da poesia, do poeta....
Muito belo...

abraço

Anônimo disse...

o poeta é um plantador de jardins nos canteiros dos corações alheios.

beijo

Berta Helena disse...

O poeta é único, faz-nos sorrir perante um pensamento, encher a alma de alegria por outro, entristece-nos também, por vezes, mas faz-nos sempre reflectir. E isso é do melhor que se pode pedir.

Um abraço ao poeta.

livia soares disse...

"Zimbório" e "opa" são de apetite... adorei. Palavras antigas e esquecidas me apaixonam desde os oito anos, quando lia, extasiada,"Emília no País da Gramática", do nosso Monteiro Lobato. Acho que nem preciso dizer o quanto concordo e me identifico com essa concepção solene da poesia, presente em todos os seus poemas, porém mais acentuada neste aqui. Mas digo assim mesmo.
Um abraço.

devaneiosaovento disse...

Caro Ch

Vc realmente trás a tona velhas e belas palavras, gostei, tenho que concordar com Lívia.

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vejo a poesia como um fogo que consome a alma, por ora aquecendo alentando por ora arrebatando,
o criador sofre, é uma dor como um "parto" dando vida e luz aos ilustres e belos filhos...
surpresas imaculadas em cada nascer
em cada verso, em cada poema.
me resta deixar aqui meu carinho,como grande apreciadora de seus escritos

a imagem lembrou-me uma floresta como essa relatada em seus versos..."tão longínqua quanto as velhas lendas", assim foi minha percepção, somente alguém com tamanha sensibilidade como vc faria tal ligação.

Anônimo disse...

Meu caro Amigo, Carlos

Um bonito poema e como diz a Livia, com o avivar de palavras “antigas” que o torna ainda mais interessante.
E depois de todos estes belíssimos comentários que mais posso eu fazer se não daqui lhe enviar um abraço e um obrigado.
Sabe Carlos, tive à dias, a sorte de ganhar um prémio num concurso de fotografia, à muito que me deixei de concursos mas o tema era complicado (o consumismo) principalmente para a fotografia a preto e branco, foi pelo desafio do tema, e não lhe escondo que foi óptimo para mim esta situação, mas meu caro Amigo, haverá prémio melhor do que pegarem numa das minhas fotografias e a ela juntarem letras, palavras ?
E quando essas palavras se transformam em poesia como aquela que o Carlos faz, este é para mim o melhor prémio, permita-me só que aproveite este seu espaço para agradecer também a outros poetas e poetisas que tem deixado as minhas fotos se encostarem a tão bonitas palavras.
Eu é que lhe agradeço sempre que utilizar uma das minhas fotos.

Com amizade
José Boldt

Anônimo disse...

nairle, disse...
estive aqui li, vi...levo o sopro da arte a inquietação de viver que
só os poetas conhecedores do "ofício de erigir pirâmides..." podem entender.

Anônimo disse...

Cara...perfeita a sua definição do poeta. Maiúscula. Nada mais há o que dizer depois desta definição.
Abraços!

Anônimo disse...

Ah perfeito como sempre!

Passei aqui p/ dizer que estou com saudades de ti óh coisinha birrenta die mein hertz!
Bjoo
Darla
Be!

miKael disse...

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Oi Dindo.
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Penso q se um escritor quiser saber quem é, deverá antes de mais nada, perguntar sobre o significado do ato de escrever para si.
... talvez, por isso eu goste tanto de poemas metalingüísticos...
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Seus poemas normalmente me dão a impressão de q revelam tanto qto escondem.
Este, porém, é um dos mais explícitos que eu já li!!!!
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e creio q a explicação seria...
este poema não fala, ele grita
é o som do êxtase, advinda da sensação de liberdade e elevação da alma que a poesia lhe proporciona
é como se a poesia tivesse o poder de fazer vc transcender,
como se ela içasse sua alma temporariamente das limitações/opressões da vida terrena, alçando-o aos píncaros.
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...então devo dizer-lhe, q ler vc tbm tem esse poder de nos elevar.
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miKael disse...

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Oi Dindo,
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(antes dirigi-me ao poeta, agora dirijo-me ao amigo) rs
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Concordo com vc, cinema (assim como as demais formas de expressões artísticas) é um tema palpitante, apaixonante.
E o q é a Arte senão a materialização da alma humana?
E vc sabe como sou obcecado por ela.
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Qto ao meu espaço, tbm espero permanecer por mto tempo, mas vc conhece meu espírito atormentado e minha dificuldade em manter um certo nível de estabilidade interna.
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Mas, por favor, eu lhe rogo, não me lance nenhuma praga (rsrs), afinal, me amaldiçoar é o meu maior prazer, e não pretendo abrir mão dele nem por meu Dindo (rsrsrs).
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Ei, q história é essa de idade avançada? Lembre-se q nós possuímos praticamente a mesma idade. Ambos mto jovens. Rs
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Vc não faz idéia de qto sinto falta da minha Dinda, espero q em breve ela esteja de volta.
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Sente-se honrado com minha presença aqui!!!!????
Vc não vai re-começar com isso não...
Pq senão vou ter q escrever aquela Ode ao Serpentão dos Sete Mares. Rsrs
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Um grande abraço meu amigo.
Sua presença/voz sempre me proporciona momentos felizes.
E, acho q faz idéia, de como isso é precioso para mim.
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Td de bom p vc.
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Miause disse...

Adivinha quem está aqui tbm???

irru se ferrou!!!