sexta-feira, novembro 23, 2007

o naufrágio da intenção


entre a palavra dita e o silêncio,
existe o naufrágio da intenção.
aquilo que nos corrói e empurra porta afora
.
sem cicerones e sem rota,
como nuvens em fuga.
.
não há poema que não se distenda
até o desmaio, espichando suas pernas de agrippa,
na última busca por luz.
.
mas eis que o lume se apaga,
caprichosamente, sem que sejam ouvidos
os nossos arranhões à porta.

.
.
Carlos Henrique Leiros
.
.

[contraluz # 2(josé boldt)]

15 comentários:

Maria disse...

É o naufrágio da intenção que nos impede, tantas vezes, de vivermos felizes....
Bom fim-de-semana
Abraço, Carlos

Anônimo disse...

Entre a palavra dita, o silêncio
e a intenção existe Carlos Henrique...Parabéns cara pelo excelente post (como sempre e sempre)!
Abraços.

Miause disse...

os arranhões na porta ficaram comigo, e não me deixam dormir...
inquietude se faz aqui grita alto que só no silêncio se faz presente comigo...
é estranho, a intenção foi + a sombra dela ainda ficou.

Bjs e Saudade óh Serpentão coisinha birrenta die mein hertz...

Darla Skisita.
Be!

fernanda magalhães disse...

olá Carlos, que bom estas visitas e trocas. linkei você em meus blogs. beijos

Tinta Azul disse...

É sempre um prazer vir aqui. Porque aqui "há palavras que nos beijam".
Gostei também da roupa nova do blogue.
Abraço

schadenfreude disse...

Desculpe me novamente pela invasão,
Mas tão belo espaço, não pude evitar.
As palavras não ditas tomam caminhos incontroláveis,coisas reticentes sempre deixam os que esperavam ouvir sem rumo,depois disso tudo o que sobra é o sopro de quem se perdeu no caminho,encolhidos pelo não dizer tentamos fugir daquilo que parou no inicio, e por fim,sofridos,não sabemos o que fazer.
Talvez venha ser pura pretensão minha achar q teus versos digam isso,
Mas, poetas são incontroláveis, e pretensão faz parte da personalidade que me faz,
E se poetas são sentimentos, espero que não sejam tuas as reticências quebrando as unhas na porta, mas...Gosto de coisas reticentes que permitem aos que não ouvem decidir o que seria dito, fazendo a vida tomar rumos desconhecidos, tornando a vida um ato feliz ou de total desprazer.
Nem toda lagrima traz alegria e nem todo sorriso é de prazer.
Bravo, belíssimo poema, gosto das palavras que habitam em seus poemas,
Despeço me novamente pedindo desculpas pela invasão.
Bom fim de semana.

Anônimo disse...

Meu caro Amigo Carlos

É muito complicado para mim dizer qualquer coisa junto deste lindissimo poema.
Já o li não sei quantas vezes.
Pela utilização da fotografia o meu obrigado e aquele abraço apertado.

zé boldt

Nena Dolores disse...

CH, em certos momentos, esse é um deles,poemas me arrebatam e você sabe o que acontece, nao é? Agitando senha na mão e tudo mais...rs
Nem só de latas se vive.

Beijo carinhoso

Carol Timm disse...

Ch,

O Naufrágio na Intenção deve ser amenizado pelo olhar e com certeza pelo seu belo poema.

Beijos e boa semana!
Carol

devaneiosaovento disse...

Caro Ch
Começo parabenizando as mudanças.Mudanças são sempre bem vindas.Ficou belíssima a foto da sua caderneta, pareceu-me até uma fotografia profissional(percebe-se seu bom gosto na escolha da moleskine)gostei tb do layout, de quem é a obra? ficou perfeito aqui, nesse ambiente tão poético.
-
Vejamos sua nova poesia (vejo que sua produção poética anda em alta, belos versos, matáforas... gosto muito do seu estilo)
Naufrágio da intenção busca mostrar a importância da percepção das palavras (ditas ou sentidas) antes que a escuridão tome conta de tudo, anulando grandes sentimentos e emoções.
Se me permite, deixo aqui minha reverência a vc Poeta, sua sensibilidade encanta.
abraços

devaneiosaovento disse...

metáforas*
desculpe o erro ao digitar.

Berta Helena disse...

Olá Amigo Poeta,

As palavras que me enviou são, por si só, um pequenino conto, muito bonito. Ao lê-las também eu voltei à minha infância, remexi no baú das minhas recordações.

Carlos,
Que posso dizer do seu poema? Os sentimantos que lá põe arrebatam-me.

Um abraço.

Juan B. Morán disse...

Estimado Carlos
Creo que este poema ilumina y describe tan ricamente ese movimiento que hay entre la palabra y el silencio. Ese silencio germinador donde todo nace. Ese silencio germinador que es la patria del poeta pues en ella se teje como un don el poema.

Saludos

livia soares disse...

Olá, CH.
É um tema bem angustiante, este. Não conseguirmos nos apropriar das nossas próprias idéias e sentimentos... faz a gente duvidar de tudo, não? Esses momentos em que as musas se tornam reticentes... (como naqueles adoráveis filmes ruins que amamos, "Preciso sair daqui, este lugar me dá arrepios!"). E não poder sair porque este lugar é precisamente as nossas profundezas... mais uma vez vc consegue transmitir o desconcerto da vida usando palavras precisas (e preciosas).
Um abraço.

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Caríssimo Carlos, é sempre tão agradável viajar neste teu mundo de letras e reflexões!... Venho te comunicar, de novo, que postei teu poema "Dádiva" lá em meu blog, e parece que os leitores estão apreciando!... Caso te incomodes com a publicação, queiras me avisar, está bem?... Abraços alados.