domingo, novembro 18, 2007

as pequenas descobertas


sabias que esta noite eu desejei
que a vida, seguindo um simples capricho,
passasse a desvendar todos os atalhos,
e nos conseguisse encontrar?
.
para trazer à minha volta,
o teu sorriso de pólen e a falsa
excitação do abismo sob os pés.
.
que todos os cabelos ao luar revoltos,
se transformassem em borlas de algas tenras,
passamanaria entre nossos dedos.
.
foi quando ouvi o choro dos ciprestes,
e abrindo os olhos,
eras novelo perto do meu rosto,
espelho opaco mas sensível
.
às minhas mãos em cunha,
buscando nos teus ângulos,
a presença do sopro que me anima:
a tua luminosa quietude.

.
.
Carlos Henrique Leiros
.
.

[tree with loopy branch (tim holte)]

17 comentários:

Tinta Azul disse...

Muito bonito, Carlos.
Espero que tenhas descansado muito no fim-de-semana.
Abraço

Maria disse...

... e a vida fez o que tu desejaste.....

Beijinho

Berta Helena disse...

Olá poeta,

É lindo, este poema, que mais possa dizer? Que ouvi as letras falarem, os versos sussurrarem...

Um beijo.

Juan B. Morán disse...

Me gusta esa imagen de luminosa quietud, inspiración para una existencia, dejarse llevar por la luz que habita, la luz encontrada por voluntad de amor.

Saludos amigo.

Anônimo disse...

nem tenho palavras dindo...tornou se meu melhor poema...qd leio as palavras q saem das mãos do antigo critico,vejo q não so vale a pena ter amigos como repartir com eles as coisinhas minimas q se sabe é a maior graça q se pode receber de Deus...
amo muito tu my dear dindo boi...
meu dindo boi poeta...
imagina q antes achava tu q nunca iria conseguir fazer com q as letras tivessem emoções...
olha hj oq virou...
nem se percebe q as letras estão na tela...
só os sentimentos aparecem...
beijos de quem te ama...
ama di mitu...
sua afilhadinha sumida e louca...louca c atestado medico e tudo q se tem direito...rs...
lindos poemas do dindo boi mais lindo e preferido do mundo...

schadenfreude disse...

vejo que há arvores e corpos neste e em meu poema,ambos esperando tanto a vinda da vida quanto a ceifa da morte.
belos poemas poeta.

livia soares disse...

Well, dear, here I am once more.
I salute you, oh beloved brother of wuthering heights and winding roads! You know who I am. All the poets do. We need this hall of mirrors to see more. But in the end, major poetry lies in these details of seaweed under the moonlight. Thanks for the vision (are you becoming visionary?).
Good night, sweet prince.
P.S.: Se tiver correções a fazer, faço amanhã. Agora saiu assim porque me emocionei e tive que me expressar na excelsa língua que amamos (...vem de LÁ, não é?).
Um abraço.

devaneiosaovento disse...

Caro Ch

Um poema que engrandece as pequenas descobertas
Belo qdo cita os ciprestes com seu choro, o sorriso florido
as mãos em cunha vasculhando a tudo
o sopro de vida em meio a uma quietude luminosa, encantadora.
Nobres "descobertas"
assim classifico essa sensibilidade tão peculiar de
seus versos.
Se me permite
falarei aqui tb da bela imagem,sempre um prazer essa visualização que tão bem faz a alma
sabe ch? fechei os olhos, senti uma brisa nos cabelos, senti uma luz ofuscando em meio a neblina como um alento...uma certa felicidade
Abraços poeta

--
Feliz por Ana ter voltado
;D

Anônimo disse...

Impressionante o que você consegue fazer com as palavras...uma mistura de metáfora e metamorfose...seus poemas são perfeitos!

Abraços!

Tania disse...

A expressão do amor em sussurros delicados, desenhos quase transparentes... os cabelos revoltos ao luar, a passamanaria entre os dedos, o choro dos ciprestes... Pequenas descobertas habitadas pela beleza, imensa...

E eu também aproveito, Carlos, para agradecer novamente as suas palavras, e a sua presença amiga.

Abraços

Anônimo disse...

"para trazer à minha volta,
o teu sorriso de pólen e a falsa
excitação do abismo sob os pés."

ahh como eu gosto das suas letras...

beijos

Nena Dolores disse...

Caro CH

A cada visita que lhe faço, uma surpresa melhor que outra. Venho acompanhando seu caminhar e vejo,muito feliz, que as palavras fluem com muita leveza, graça e sentimento e harmonia entre imagem, texto, sem falar nesta linda música que ouvi.
Parabéns, meu amigo, lindo!

Estou à busca da minha linguagem. Veremos o que vai acontecer, pois bem sabe de minha relutância, né.

Quanto ao seu comentário sobre "as latas", já providenciei para que comente, ok?

Beijo!

Carol Timm disse...

CH,

Que bom ter lido um comentário teu e ter vindo aqui conhecer-te.

Teus poemas todos são muitos belos.
Há um sentimento rico, lírico e uma linguagem delicada envolvendo cada um dos teus versos. Tens o dom!

Abraços,
Carol

PS: Estou linkando teu belo blog lá em casa, não quero perder mais o caminho daqui... : )

Anônimo disse...

Oi CH;
Felizardos são os que acompanham essa "grande descoberta", que não de um simples blog, mas de verdadeiro espaço de deleite da alma. Não poderia ser diferente, afinal você é uma daquelas raras figuras, inteligente e com notória agudez de espírito.
O amigo,
Fabiano.

fernanda magalhães disse...

Carlos,
lindo seu blog, gostei dos textos, gostei muito das imagens. E uma coisa faz com que eu simpatize muito com você, ainda sem conhecê-lo, ser amigo da queridíssima Ana Ramiro.
beijos

david santos disse...

Por favor!


A FILHA DO JUIZ

Punhos de oiro nas mangas da blusa da filha do Juiz,
Punhos estáticos na cama de Flavia,
Terá sido esta a justiça que o povo quis?
Haver mulher com filha cheia de tudo sem nunca andar grávida?

David Santos

Ana Isabel disse...

Olá Carlos

Não se espante nem me agradeça, esse papel cabe ao Hálito, que se rodeia daquilo que me espanta, e encanta...e por isso sou eu que estou grata.

Abraço
Ana Isabel