quarta-feira, dezembro 05, 2007

sobre a montanha


sobre a montanha estava eu somente,
agudo e em silêncio como tu, Phineas.
os dois pés fincados na gramínea.
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e tudo parecia longe, os gritos desgarrando,
e não se viam mais as fumarolas
nas chaminés da casa do teu pai.
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dirias que a vida anda suspensa,
e que polias invisíveis
te sustentam?
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digo-te eu, Phineas, que não conheço o mundo,
mas da montanha enxergo o ocidente.
sigamos para lá com nossos olhos.
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e bem depressa, antes que venham as cãs,
aquela vastidão de não ter mais vontade,
e inúteis sejam voz e sentimento.

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Carlos Henrique Leiros
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[the wanderer above the sea of clouds (caspar david friedrich)]

15 comentários:

Tinta Azul disse...

Um privilégio ser capaz de olhar do alto das montanhas...ver o Ocidente. Olhar. Ver. Acima de...
Abraço

Anônimo disse...

Poeta, estou voltando com o meu blog aos poucos. Conto com sua atenção para me motivar ou até mesmo desmotivar. Volto amanhã para ler seus poemas, agora preciso dormir... um abraço!!!

Anônimo disse...

Queria eu não ter pânico de altura para ver o mundo assim.

Beijos.. adorei o banner novo.

www.oncoto.erikamurari.com.br

Anônimo disse...

Poema com descrição...beirada da perfeição... e um passo a mais caíria nela...e quer cair...e caiu. Parabéns meu caro poeta!

http://fabricadehistorias.wordpress.com

fernanda magalhães disse...

Carlos poeta
que vê longe e o perto sente

beijos grandes

Berta Helena disse...

Amigo Carlos,

Por cá há montanhas com vistas deslumbrantes. Imagino-o eu então a dizer o poema tão bonito, lá no alto, tão próximo do céu e quase enxergando o ocidente.
Imagem bonita, sem dúvida. Gosto do poema e da mensagem. Os últimos versos dão que pensar.

Um abraço, Poeta.

celia.musilli disse...

Oi Carlos, depois de uma temporada de "trabalhos forçados"..rss, volto aos blogs. E não poderia deixar de passar aqui, gosto muito do que vc escreve. O post em que vc se imagina um escritor entrevistado pelo jornalista tem muita elegância e humor, duas qualidades que aprecio em textos. E vc "É" um escritor, acredite...quanto a chegar à fama, bem, este é um delírio de todos nós...rsss Um grande beijo.

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Caríssimo amigo, poderias enviar um e-mail com teu contato profissional? Fabrício Brandão, do Diversos Afins, gostaria de entrar em contato contigo, para trocar idéias poéticas (penso que serás convidado a publicar...) Abraços alados!

livia soares disse...

Oh, dear...
Se vc consegue enxergar o Ocidente,já sabe onde encontrar tudo o que realmente conta,não é?
Já posso até ver a névoa toldando-lhe os românticos cabelos, hehehe. Brincadeirinha. Adorei o tom cada vez mais solene que sua poesia está adotando. Cumpre deixar bem clara a distância (espiritual, antes de tudo) que nos separa desta republiqueta infame onde a vulgaridade (máscara visível de coisa bem pior)está aboletada no poder... seu poema me fez lembrar (por motivos que ainda me escapam) o brilhante romance de Joseph Conrad (who else?)"Under Western Eyes" ("Sob os Olhos do Ocidente" na tradução que saiu aqui, pela Editora Brasiliense). Acho que vc desfrutaria muito se o lesse ou relesse agora, neste momento. Precisamos ter uma conversinha sobre isto.
Um abraço.

Carol Timm disse...

Ch,

É tão lindo e cheio de significados esse seu poema que relendo encontro algo que não tinha visto da primeira vez.

Gosto muito do que escreve, de como escreve... é bom vir aqui também.

Fico feliz de também se sinta bem em minha Casinha de Leitura.

Beijos,
Carol

ANALUKAMINSKI PINTURAS disse...

Olá, querido amigo. Estou enamorada pela imagem delicada, o desenho em tons pastéis, que enfeita o alto de tua página... Venho te convidar a brindar conosco, em CELEBRAÇÃO AZUL, lá no Ânkoras & Asas. Abraços alados!

devaneiosaovento disse...

Caro Poeta

Sempre muito gratificante ler seus poemas. Esse em especial,conforme tinhamos comentado anteriormente me fez "devanear" nas montanhas ocultas que temos dentro da alma. E isso é prazeroso, sentir a poesia na sua essência, e vc consegue nos deixar assim,veja o que Ana (Analuka) frisou, será que vai surgir o convite para o livro? sabe Poeta, que nesses anos todos que nos conhecemos esse sempre foi um desejo seu, e eu sempre torci para a realizxação do seu sonho...me intere das novidades, quero compartilhar,se me permite, desse momento tão especial, é merecedor.
abraçoscom muito carinho, sua sempreamiga
Edna

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em tempo: gostaria, se me permite e autorizar obviamente,poder um dia publicar algo seu lá no blog, li seus poemas nos blogs de alguns amigos e me senti tentada, seria um prazer seu nome figurar lá entre os meus poetas preferidos.Gostaria da sua sugestão no poema que posso publicar, se tiver sua aprovação logicamente. No mais agradeço por tudo.

Fabrício Brandão disse...

Olá, Carlos!

É um grande prazer poder adentrar em mais uma grata supresa do universo poético. Nossa amiga em comum, a Ana Luka, convidou-me até aqui e, desde então, incluí teu espaço na rota obrigatória das leituras eletrônicas.

A montanha do poema em questão nos transporta para este lugar eternamente em suspensão, os signos da vida. Essa coisa do toda do diálogo poético com alguém me faz lembrar um pouco de Cartas a um Jovem Poeta, de Rilke. Bela e intensa obra!

Obrigado pelo comentário lá na Diversos Afins e pelo link gentilmente cedido em seu blog. Entrarei em contato contigo por e-mail.

Grande abraço, poeta!

Amanda Cecilia disse...

É tão amplo e ao mesmo tempo tão certo... tão misterioso e tão pleno!

Tania disse...

Caro Carlos,

A sua poesia, sempre elegante, me faz caminhar de uma sensação a outra... As duas últimas postagens me levaram ao silêncio - nesta, ele é sereno, na próxima, inquietação...

Parabéns, pela força da sua poesia... (ah, e também, pela rede bonita de amigos que logra ter ao seu lado, a partir dos seus links cheguei a lugares muito gratos).

Um abraço grande